No dia 3 de novembro, celebramos um marco histórico no Brasil: a instituição do direito ao voto da mulher. Essa conquista representou um avanço significativo na luta pela igualdade de gênero e merece ser lembrada e valorizada.
Até 1930, as mulheres brasileiras eram excluídas do processo democrático e privadas do direito de participar das eleições. No entanto, foi graças às mudanças trazidas pelo presidente Getúlio Vargas que essa realidade começou a mudar. Em fevereiro de 1932, o voto feminino foi oficialmente promulgado, permitindo que as mulheres pudessem exercer seu direito de escolher seus representantes políticos.
No entanto, vale ressaltar que, mesmo com essa conquista, as mulheres ainda enfrentaram obstáculos e restrições para exercer seu direito ao voto. Inicialmente, o código provisório estabelecia que apenas mulheres casadas, com autorização do marido, viúvas e solteiras com renda própria poderiam votar. Essas limitações refletiam a mentalidade da época, que subjugava as mulheres e as excluía do processo democrático.
Somente em 1934, com a promulgação do Código Eleitoral, essas restrições foram eliminadas, permitindo que todas as mulheres brasileiras, independentemente de seu estado civil ou condição financeira, tivessem o direito ao voto. No entanto, o voto feminino ainda não era obrigatório. Foi somente em 1946 que a obrigatoriedade do voto para as mulheres foi estabelecida, garantindo assim a plena participação das mulheres no exercício da cidadania.
Essa conquista não foi alcançada sem grandes esforços e lutas por parte das mulheres. Desde 1919, quando a bióloga Bertha Luz fundou a Liga Pela Emancipação Intelectual da Mulher, posteriormente transformada na Federação Pelo Progresso Feminino, as mulheres brasileiras vêm lutando pelo direito ao voto e por igualdade de gênero. O Brasil foi um dos primeiros países da América Latina a conceder o direito ao voto feminino, estabelecendo-se como um exemplo para a região.
Hoje, as mulheres brasileiras não apenas exercem seu direito ao voto, mas também ocupam posições de destaque na política. Em 2010, elegemos a primeira mulher presidenta da República, Dilma Vana Rousseff, o que representa um avanço na busca pela igualdade de gênero.
É fundamental que essa história seja compartilhada e discutida, especialmente nas escolas, a fim de promover a consciência sobre a importância da igualdade de gênero e da participação política das mulheres. Ao ensinarmos sobre essa conquista histórica, estamos contribuindo para a formação de cidadãos conscientes e engajados na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.