Este livro é mais do que uma história: é um manifesto de amor à natureza de respeito à vida. Escrevendo de modo poético e belo, Marina Colsasanti fala de uma semente que germina e cresce entre as paredes de um prédio. Os moradores reagem, cada um a seu modo, diante da árvore que vai subindo e entrando pelas janelas. Inicialmente se assustam e a vêem como um problema. Mas depois a presença do verde os contagia... e a árvore cresce cercada de carinho. E se antes ela sonhava viver nas colina distantes, acaba também percebendo que a cidade pode dar mais de si. Nas ilustrações, Rogério Borges captou toda a beleza e o lirismo deste texto cheio de sensibilidade, que toca o coração do leitor.
Socorro! Tem uma árvore no meu banheiro! Uma árvore!? – gritam os outros moradores. Por que tanto espanto? Uma semente caiu, por acaso, em um poço de arejamento de um prédio. Um poço de paredes escuras e com um mínimo de luz. Após poucos, a semente germinou. Uma árvore silenciosamente cresceu e suas folhas curiosas entraram pelas janelas do edifício. Daí o espanto dos moradores.
O que fazer com ela? A indagação silenciosa abre todas as bocas, pendura todos os queixos. E todos juntos abrem ainda mais as bocas para dizer que é melhor cortar! A autora acredita no amor e a árvore não é cortada. A semente, a árvore e os moradores podem ser interpretados, respectivamente, como metáforas do processo da vida. Sendo assim, a leitura do conto de Marina Colasanti pode remeter a criança a uma valiosa reflexão sobre a existência dos seres vivos do planeta.