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Os campos de experiências na Educação Infantil

A Educação Infantil passou a fazer parte da educação básica com a promulgação da LDB em 1996. Em 2009, tornou-se obrigatória a matrícula de crianças de 4 e 5 anos, tendo em vista que a educação básica passou a ser obrigatória dos 4 aos 17 anos. Essa obrigatoriedade foi consolidada plenamente na LDB em 2013. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), promulgada em 2017, inclui os direitos de aprendizagem e desenvolvimento a serem assegurados em instituições de educação infantil, tendo por base as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI). 

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 A BNCC inova ao indicar a Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, como primordial para a construção da identidade e subjetividade da criança (bebês – 0a 18 meses; crianças bem pequenas – 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses; crianças pequenas – 4 anos a 5 anos e 11 meses). Propõe que as condições para que as crianças em creches e pré-escolas aprendam, construam significados sobre si e sobre o mundo, vivenciem desafios e busquem resolvê-los devem ser garantidas por meio de seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento: participar, brincar, conviver, expressar, explorar, e conhecer-se.

Tendo como eixos estruturantes as interações e a brincadeira, a organização curricular da Educação Infantil está organizada, juntamente com os direitos de aprendizagem, em cinco campos de experiências, que levam em consideração as situações da vida concreta das crianças e seus saberes e as experiências fundamentais para que a criança aprenda e se desenvolva: o eu, o outro e o nós; corpo, gestos e movimentos; traços, sons, cores e formas; escuta, fala, pensamento e imaginação; espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. Esses campos conferem funcionalidade às práticas pedagógicas e colocam a criança no centro do processo de ensino e aprendizagem.

1. O eu, o outro e o nós

  • Considera a interação com os pares e os adultos, a partir das quais as crianças constroem um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão percebendo que existem outros modos de vida e pessoas com diferentes pontos de vista. Ao mesmo tempo, em que vivem suas primeiras experiências sociais, desenvolvem autonomia e o senso de autocuidado, diferenciando-se e identificando-se como seres individuais e sociais. 

2. Corpo, gestos e movimentos

  • Considera experiências em que gestos, posturas e movimentos do corpo constituem uma linguagem com a qual crianças se expressam, se comunicam e aprendem sobre si e sobre o universo cultural e social. Dessa forma, a instituição escolar deve promover momentos para que atividades com linguagens, como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, possibilitem que as crianças se comuniquem e se expressem no entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem.

3. Traços, sons, cores e formas

  • Destaca as experiências com as diferentes manifestações culturais, artísticas e científicas, promovendo a criatividade, expressão pessoal e a sensibilidade investigativa da criança. O enfoque está na possibilidade de a criança vivenciar diversas formas de expressão e linguagens, como as artes visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografia etc.), a música, o teatro, a dança e o audiovisual etc.

4. Escuta, fala, pensamento e imaginação

  • Ressalta as situações de fala e escuta, ou seja, as situações comunicativas cotidianas, por meio da linguagem oral, nas quais as crianças interagem com as pessoas (contação de histórias, conversas, cantigas etc.). Além disso, considera a importância do contato da criança com a linguagem escrita, partindo do que elas já sabem e suas curiosidades e oferecendo o contato com livros para conhecerem os detalhes do texto, das gravuras, dos personagens, e imaginem cenários.

5. Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações

  • Realça as experiências envolvidas na construção de noções espaciais e temporais de diferentes dimensões (cronológico, histórico etc.). Nessas e em outras experiências as crianças também se deparam com situações que exigem conhecimentos matemáticos, como contagem, ordenação, relações entre quantidades, dimensões, medidas, reconhecimento de formas geométricas, conhecimento e reconhecimento de numerais, entre outros.


 No planejamento das atividades, os campos de experiência devem ser pensados de maneira integrada. Dessa maneira, objetivos de diferentes campos de experiência podem ser definidos em uma mesma proposta pedagógica e fazerem parte de todos os momentos da jornada na Educação Infantil, e não de forma concentrada em aulas específicas. 

 

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